Sou uma daquelas pessoas que se dedicam com intensidade a tudo que me proponho. Mas a maturidade dos meus quase 40 anos (só faltam duas semanas e uns dias) me fizeram criterioso. Abro mão daquilo que não me faz bem, abro mão do que causa tristeza, do que magoa, deixo de lado tão rápido quanto me apego.
Sim, eu sou carente! Eu gosto de atenção. E vejam bem, atenção é muito mais do que uma mera e simples "babação de ovo". Um "oi como vai?" me faz ganhar o dia, muitas vezes são melhores do que inúmeras palavras de bajulação ditas sem nenhum sentimento. E pode parecer estranho, até meio mágico, mas os anos me apuraram a audição para perceber estas sutis diferenças. É quase como eu costumava dizer para alguns amigos gaúchos do terrível habito de cariocas em terminarem uma conversa com o "Passa lá em casa!" e jamais te darem o endereço!
Passei, ao longo dos anos, a acreditar cada vez menos nas pessoas, aprendi que é uma excelente forma de me preservar de maiores decepções. Mas de vez em quando a gente se engana, comete erros, e lá estou eu novamente estupefato em como o ser humano não dá valor a sentimentos verdadeiros. Percebo que pessoas deste tipo (se é que podemos chamar de pessoa) se multiplicam como ervas daninhas... e por mais que eu cuide do meu jardim, de tempos em tempos preciso extirpá-las.
Acho que a proximidade do meu aniversário me fez refletir sobre muitas coisas. Minha vida que seguia um curso tranquilo, de repente entrou em um turbilhão e dezenas de coisas boas começaram a acontecer, e eu quero coisas boas, assim como pessoas, perto de mim! Se alguém me pergunta-se alguns meses atrás como é fazer 40 anos, eu nem saberia o que dizer.... mas hoje eu posso garantir, está sendo muito bom!