domingo, 30 de outubro de 2011

As lembranças inesperadas.

Estes dias estava indo para a faculdade, normalmente sempre pego o ônibus relativamente vazio, sempre com algum lugar para fazer a viagem sentado, mas por algum motivo naquele dia o ônibus estava cheio. Quando entrei já havia um senhor parado antes da roleta... eu acabei parando por ali também, de pé. O iPod ligado tocando alguma coisa mais agradável do que a conversa do motorista com o cobrador. Fiquei ali, lamentando a viagem de pé, até que meus olhos seguiram diretamente para aquela plaquinha, logo acima do motorista que dizia: "Fale ao motorista somente o indispensável".

Nada demais se no segundo seguinte eu não tivesse viajado alguns anos na memória, e me vi ali, ainda criança, com a mãe... perguntando para ela "quem era o indispensável?". É, na minha cabeça infantil, o "indispensável" deveria ser uma pessoa, e somente esta pessoa poderia falar com o motorista. Claro que eu devo ter rido da lembrança, que persistiu por quase toda viagem. E como um filme as perguntas que fazia quando criança invadiram meus pensamentos: "Quem é o indispensável? Por que só o indispensável pode falar com ele? Como a gente faz pra ser indispensável?"

Nestes momentos que percebo como tive uma infância bacana, cheia de perguntas. Percebo que os anos (e as decepções) não foram capazes de me tirar a curiosidade infantil, a vontade de descobrir coisas novas, de conhecer. Talvez tenha ficado apenas mais seletivo, mas eu sei que ainda está aqui!!!!


O triste desta história é que o tempo me fez perceber que ninguém é indispensável...

sábado, 6 de agosto de 2011

Uma voz que não se pode calar!

Preciso começar pedindo desculpas para meus poucos leitores, acostumados com minhas divagações sobre a vida e as coisas que a cercam. Peço desculpas pois desta vez estou usando este espaço para tentar corrigir uma injustiça cometida pelo Facebook, que acatou um "report" sobre um de meus textos e sumariamente o excluiu daquele site.

O texto em questão tinha o título de: "Como nos tempos da Ditadura Militar", e se propunha apenas a discutir e fazer uma breve análise sobre o posicionamento do Coordenador do Curso de Turismo quanto a colocação de alguns alunos que se demonstraram insatisfeitos com a coordenação. Lá no Facebook, o tema surgiu em um evento criado POR ALUNOS, chamado "FICA RACHID (TURISMO E HOTELARIA). Tal evento tem como objetivo dar apoio e manifestar o desejo dos alunos dos cursos citados pela permanência do Professor Adilson Portugal Rachid como docente.

Como toda e em qualquer manifestação, muitas vezes outros temas surgem e são trazidos ao debate, e foi justamente o que aconteceu. A insatisfação de alguns alunos quanto a coordenação do curso e em específico quanto ao Sr. Coordenador foi expressa de forma clara, e vale dizer: não ofensiva a sua honra. Acredito que qualquer pessoa que ocupa uma posição de liderança e coordenação deve estar preparada para receber críticas, tanto positivas quanto negativas.

Foi justamente neste ponto que centrei o meu escrito, pois para minha (desagradável surpresa) o Coordenador do curso rebateu as críticas feitas usando de ironia e arrogância, em resposta à aluna ele diz: "Se você pensa assim,sugiro que procure urgente outra Instituição de Ensino,para estudar... Sinta-se ,por favor,no seu direito de procurar outra universidade"onde o coordenador não afunda o curso!". Assim como no tempo da Ditadura Militar, quando o poder instituido não podia ser questionado, e àqueles que o faziam eram silenciados pela força da morte, ou então deportados do país, me parece que o Coordenador vê como opção mais simples, convidar os alunos a deixarem a Instituição, muito mais simples do que olhar para o próprio umbigo e se questionar, muito mais simples do que abrir um canal para diálogo, para discussão.

Feito este paralelo entre os Ditadores e a atitude do Coordenador, também me chamou atenção quando o mesmo diz: "
Não tenho nenhum apego pelo cargo de coordenador mas aqui estou há 18 anos coordenando o Turismo". Sim Senhor Coordenador, a maior parte dos Ditadores espalhados pelo mundo também diriam que não tem nenhum apego a seus Governos, mas estão lá por muitos e muitos anos. Me questiono se esta é uma atitude egoísta ou altruísta?!?! Devemos todos então agradecer por sua boa vontade que ao longo de 18 anos se submeteu a ocupar o cargo de Coordenador?

A disposição de diálogo e a aparente incapacidade do Coordenador em aceitar a voz de terceiros me é tão evidente e fica absolutamente comprovada quando este tenta justificar a impossibilidade do Professor Adilson Portugal Rachid em permanecer como docente dos cursos de Turismo e Hotelaria. A melhor resposta que o Coordenador conseguiu encontrar foi: "
aumentar sua carga horária no curso de direito, o que trouxe uma incompastibilidade com o horário de turismo e hotelaria". Ora meu caro Coordenador, qualquer pessoa com um mínimo de capacidade lógica chegaria a conclusão mais óbvia nesta sua colocação: O Professor Rachid aumentou a carga no curso de Direito apenas para não ter horários disponíveis para os cursos de Turismo e Hotelaria? Ou será que aumentar a carga horária no curso de Direito não reflete a insatisfação do mesmo com a Coordenação do curso de Turismo? Mas tenho plena certeza de que este questionamento não lhe passou pela cabeça não é mesmo? Ou quem sabe, assim como o senhor fez com a aluna que lhe criticava também o fez com o Professor Rachid e lhe disse que ele era livre para sair da Instituição?


Enfim, meus caros. Tentei reproduzir o que já havia sido dito. E continuo afirmando e acreditando que a VOZ DOS ALUNOS se fará valer, assim como temos visto a voz do povo ecoando contra ditadores mundo a fora!!!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

...no balanço das horas...

...tudo pode mudar!!! Era uma musiquinha boba de um grupo chamado Metrô, ali pelos anos 80... mas é daquelas que grudaram na cabeça e de vez enquando insistem em ecoar...

E o mais estranho de tudo, é que no balanço das minhas horas, nada parece mudar!!!! Só aquela sensação de que no segundo seguinte eu poderia chorar, deitar e dormir, escrever alguma coisa...ou simplesmente quase tudo isso ao mesmo tempo! Dá até saudade dos anos 80!

Mas por hoje é só, tenho alguns pensamentos confusos, parafusos soltos, e como pretendo passear de balão já que o vento está favorável, tenho balões coloridos para encher!

domingo, 24 de julho de 2011

Back to... black!

Não é nenhuma novidade a morte da Amy Winehouse, ontem 23 de Julho de 2011. E eu só conseguia pensar nas palavras de Ariano Suassuna, em O Auto da Compadecida, que dizia: "Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre."

É indiscutivel a contribuição que Amy Winehouse deu à música, garantindo com apenas dois álbuns que seu nome permaneça para todo o sempre como uma (boa) referência, sobreviverá a sua curta, e tumultuada vida. Também é de conhecimento de todos o quão "perturbada" era a vida pessoal dela, seu envolvimento com drogas, o casamento problemático... mas tudo isso é justamente o que construía o mito de Amy Winehouse, a garota talentosa, a vida conturbada, festas, drogas, escândalos... foi assim que as pessoas aprenderam a gostar dela. O persoangem rebelde que não seguia padrões... talvez não tivesse uma imagem tão marcante se fosse toda careta e comportada. (Sim, isso é uma referência clara a outra inglesa igualmente talentosa)

Mas morreu, se juntou ao rebanho de condenados, e na verdade no caso de Amy, buscou de todas as formas o fim que teve, uma pessoa adulta, com um mínimo de discernimento sabe quais são as consequencias do abuso de drogas, e a moral vale para àqueles que ainda correm riscos fazendo sexo sem preservativo, os que bebem antes de dirigir... e tantas outras situações. Não, eu não tenho pena dela. Não eu não chorei ao saber de sua morte, e para ser bastante honesto, relutei um pouco em escrever algo sobre. Escrever o que? O que todos sabiam ser absolutamente possível de acontecer? E ai entra Suassuna nos meus pensamentos... talvez para me calar e refletir que TODOS nós teremos nosso encontro inevitável, e um dia estaremos no mesmo rebanho de condenados. Talentosos ou não, com drogfas ou sem elas.

R.I.P Amy Jade Winehouse ☆14.09.1983 † 23.07.2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Onde já se viu, o mar apaixonado por uma menina?

Me pego muitas vezes pensando em pessoas que sequer sabem da minha existência... fico imaginando então, o que eu poderia falar para estas pessoas, o que gostaria de viver junto, de compartilhar, de construir...

Certamente a primeira pergunta que qualquer pessoa me faria seria: Mas de onde surgem estas pessoas? Não, não são "amigos imaginários" como os que tivemos na infância (e eu realmente espero que todos tenham tido algum um dia), são pessoas de carne e osso, com suas vidas atribuladas (e isso já é parte da minha imaginação) que estão por ai. Surgem na minha existência por uma foto em algum perfil de rede social, cruzam alguma esquina da cidade, embarcam na mesma condução que eu. E minha imaginação pode durar apenas o tempo da viagem, ou alguns dias... só me preocupo mesmo quando a imagem não se desfaz depois de algumas semanas.

É como se apaixonar cada dia por alguém diferente, mantém no coração da gente uma chama acessa, faz com que não deixemos de acreditar de que neste mundo, para esta vida, existe alguém a nossa espera... cruzando uma esquina, fazendo o mesmo trajeto... compartilhando amigos...

Faz a gente acreditar que bastaria dizer : EI, ESTOU AQUI! e então o destino providenciaria todo o restante. Apaixonar-se por pessoas desta forma não nos garante nada além de alguns momentos de imaginação (e ai é preciso que você tenha alguma!!!!) e é claro, nos faz nunca viver o momento de separação... Não teremos "a nossa música", "o nosso filme preferido"...por que afinal de contas, esta é uma história de apenas uma pessoa, e sua imaginação fértil!

domingo, 10 de julho de 2011

... de cada amor, tu herdarás só o cinismo...

Foi um longo período de hibernação, sem vontade de escrever ou sem nada, de fato, relevante para preencher este espaço. E até seria tolice minha dizer que nada aconteceu na minha vida em todo este tempo, desde minha última postagem, como uma justificativa para minha ausência. Sim, muitas coisas aconteceram, por que afinal de contas, "o mundo é um moinho"!!! Não para!

Em todo este tempo, muitas foram as vezes que cheguei até aqui, abri uma página, escrevi duas ou três palavras e ai percebia que a urgência da vida real me chamava. Percebi que não publicar nada era de alguma forma, também dizer alguma coisa.

Mas sinto saudade, sinto desejo intenso de escrever, mesmo quando não há nada para ser dito.

Sinto vontade de contar que eu continuo sonhando por ai, que ainda passeio de balão colorido, que as chuvas de sapos ainda acontecem. Sinto que não posso deixar de contar que vi um rosto qualquer, em algum lugar qualquer por quem fiquei apaixonado, e que possivelmente jamais verei novamente... sinto que preciso dizer as inúmeras vezes que tive vontade de chegar ali e dizer: "Oi, meu nome é Alexander, gostaria de conhecer você!"

Não sei se estou voltando... mas escrever hoje aqui, depois de completar 39 invernos, na última sexta feira pode ser um bom sinal!

Eu ainda acredito no amor!