sábado, 16 de janeiro de 2016

O Cachorro de Rua

Com o tempo eu fui aprendendo que ninguém é "para sempre" em nossas vidas, ainda que a gente sempre espere que algumas relações sejam eternas. Vejam bem, não falo apenas dos relacionamentos amorosos... mas de todo e qualquer vínculo com uma outra pessoa que estabelecemos ao longo da vida.

Não quero dizer com isso que as amizades se findam. Não, muito pelo contrário, algumas se fortalecem justamente pela ausência, pela distância... mas muitas simplesmente se perdem, vão se esvaindo, não fica nem a saudade, e na ausência de qualquer sentimento que seja, bom ou ruim, nos damos contas de que aquela pessoa foi... não importa mais em sua vida.

Tenho alguns, poucos, amigos que nunca os vejo, seja pela distância física ou pela vida atribulada de cada um, mas são pessoas que estão sempre presentes, de alguma forma que alguns podem até chamar de mística. Nisso eu agradeço sempre à tecnologia que tornou possível o distante estar próximo. Eu não preciso falar com alguém todos os dias da minha vida para me importar com esta pessoa... mas eu sou canceriano... sinto falta de um bate papo, um olho no olho, um abraço, um beijo de despedida, um alô no final de uma semana conturbada... sinto necessidade de proximidade.

Acho que isso que me faz ser como aquele cachorro de rua que se joga no chão, abre as pernas e abana o rabo de felicidade ao primeiro sinal de atenção de qualquer estranho, maluco, aproveitador, ou qualquer outra categoria de pessoa insana que costuma aparecer nas nossas vidas.

Hoje, está nublado, e eu queria bater papo a noite toda e dar risadas.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Os vivos sempre aparecem!

Não faco nem ideia de quanto tempo não venho aqui para escrever. Acho que até quem costumava me ler já casou, teve filhos ou quem sabe até passou dessa para melhor... mas eu estava por aí, vivendo... e claro, a possibilidade de escrever diretamente do iPad, a qualquer momento (como por exemplo agora, deitado na cama insone) também me animou a retornar.

Para facilitar a vida: eu ainda sou sozinho no mundo sem ninguém! Estamos no ano de 2016... eu tenho duas lindas jabutis, que passam a maior parte do tempo dormindo, moro no Rio de Janeiro, e continuo odiando o calor. Tenho um Citröen C3 azul e muitas musicas para ouvir.

Minha coleção de DVDs aumentou consideravelmente, e consegui me desfazer de muitos CDs, não sem antes transforma-los em arquivo digital.

Mas como estava dizendo: o pensamento continua funcionando melhor durante à noite, quando eu deveria estar dormindo. Estava aqui pensando em como é difícil dizer algo para alguém que perdeu uma pessoa amada, sim a perda é sempre muito difícil, mas definitivamente nosso idioma não ajuda em nada. Sempre considerei péssimo o tradicional e formal "Meus pêsames", acho pesado. Tem quem use o "Sinto muito", que, infelizmente, na língua portuguesa fica deslocado e incompleto, já que o mais correto seria dizer "Sinto pela sua perda".

Pensava nisso pois os últimos dois anos foram de muitas perdas, vi pessoas muito queridas tendo que se despedir de pais, mães, amigos... Nunca sei exatamente o que dizer, a dor de perder alguém é única, pessoal e intransferível. Ninguém pode sentir por outra pessoa. Podemos sentir a nossa própria dor, ou melhor, podemos ter a nossa lembrança de quando perdemos alguém... mas não podemos ter a dor do outro. Pois esta, é resultado das experiências vividas, dos afetos trocados... Escolho sempre, por fim, palavras menos formais, de encorajamento, de que a vida, justa ou injusta, longa ou curta, deve seguir adiante!!!!

Todos teremos perdas na vida, é o ciclo natural das coisas...