sábado, 16 de janeiro de 2016

O Cachorro de Rua

Com o tempo eu fui aprendendo que ninguém é "para sempre" em nossas vidas, ainda que a gente sempre espere que algumas relações sejam eternas. Vejam bem, não falo apenas dos relacionamentos amorosos... mas de todo e qualquer vínculo com uma outra pessoa que estabelecemos ao longo da vida.

Não quero dizer com isso que as amizades se findam. Não, muito pelo contrário, algumas se fortalecem justamente pela ausência, pela distância... mas muitas simplesmente se perdem, vão se esvaindo, não fica nem a saudade, e na ausência de qualquer sentimento que seja, bom ou ruim, nos damos contas de que aquela pessoa foi... não importa mais em sua vida.

Tenho alguns, poucos, amigos que nunca os vejo, seja pela distância física ou pela vida atribulada de cada um, mas são pessoas que estão sempre presentes, de alguma forma que alguns podem até chamar de mística. Nisso eu agradeço sempre à tecnologia que tornou possível o distante estar próximo. Eu não preciso falar com alguém todos os dias da minha vida para me importar com esta pessoa... mas eu sou canceriano... sinto falta de um bate papo, um olho no olho, um abraço, um beijo de despedida, um alô no final de uma semana conturbada... sinto necessidade de proximidade.

Acho que isso que me faz ser como aquele cachorro de rua que se joga no chão, abre as pernas e abana o rabo de felicidade ao primeiro sinal de atenção de qualquer estranho, maluco, aproveitador, ou qualquer outra categoria de pessoa insana que costuma aparecer nas nossas vidas.

Hoje, está nublado, e eu queria bater papo a noite toda e dar risadas.

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