Fazia muito tempo que não me aventurava em águas turvas , de reinos desconhecidos. Me mantive em terra firme, ainda que os tremores eventuais insistissem em abalar algumas estruturas e provocar pânico na população. E me vejo agora egoísta, pois a cada tremor apenas tiro as asas do baú e saio em vôo, esperando que a terra se acalme para poder retornar. Não faz muito tempo, cuidei pouco de mim mesmo, e ainda estou cuidando muito menos do que deveria. Mas agora cuido apenas de mim, olho apenas para o que quero ver e ouço apenas aquilo que me interessa, pois já entreguei coisas importantes para outras pessoas, esperando que tivessem o mesmo zêlo que eu tinha com elas...mas me enganei e perdi itens importantes do meu acervo. Hoje olho para trás e dou uma boa risada, já não há "re-sentimentos".
Por enquanto deixei de buscar qualquer coisa que seja nos outros, fico apenas com aquilo que elas podem me oferecer (o que invariavelmente é menos do que gostaria), os vínculos podem ser inicialmente superficiais para que em eventual acidente de percurso não haja nem saudade. Afinal, um dia estaremos todos em algum lugar, sentindo a mistura dos cheiros de perfumes e bebidas, comemorando sabe-se lá o que, brindando a sorte e mal-dizendo o azar, e ao final de tudo, não esqueça: o último deve apagar as luzes e trancar as portas. Depois disso, durante algum vôo, quem sabe, me permita algumas furtivas lágrimas, para não esquecer das coisas que vivi.
Morpheus me aguarda... "Taking Chances" por Céline Dion toca aqui... e eu ainda tenho pensamentos em quem parece não pensar em mim.
Um comentário:
Cuidar de si não é um ato de egoismo, mas uma necessidade. A auto estima requer manutenção e somenet com ela em alta que a felcidade aparece toda.
Vista seguidamente suas asas e alce altos vôos. O mundo visto do céu é lindo.
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